Erika - Texto escrito por Erika Rosa

Uma vez, escreveram um texto sobre mim, e talvez tenha sido á prova mais romântica que eu poderia ter recebido, feito por uma pessoa que encontrei apenas duas vezes na vida. Ele dizia que eu era uma bagunça de cores, e ficava imaginando em que rua, noite ou beijo deixei de me perceber, e se realmente o silêncio falasse provavelmente diria que sentiria saudades de mim.

Eu responderia que me perdi em muitas relações que não admitia que eram ruins, assim passei infeliz por muita delas, mas feliz por não estar separada com quem amava. É como se fosse uma ferida ao qual você se apega á dor é boa. Sustentei dias vazios para manter relacionamentos iguais, vivemos infelizes com medo que uma mudança estrague tudo, ainda mais nossa idealização.

Tive que perceber que o vazio é o caminho que leva a transformação, e não preenche-lo com o medo de sermos destruídos em não ficar em uma relação á dois. Sabia que merecia muito mais, porém precisava me perceber verdadeiramente para tomar nota de como eu sou, do que gosto e detesto. E não preciso que seja fácil, mas não aguento nada tão difícil, mesmo sabendo que nada dura para sempre, nada dura.

E aí, eu aprendi que amanhã tudo muda de novo, então parei de pensar e comecei a sentir como faria o Dinho Ouro Preto. A questão é aceitar todos que cruzaram o nosso caminho como um mestre de uma lição, independente de quão dolorida seja, tem algo para você aprender. E a maior parte das minhas lições foi amor-próprio, auto- estima e valorização. O mais irônico é o quanto mais tentava para dar certo, mas me afastava de aprender o que foi designado á mim, inversamente proporcional.

Há um tempo, decidi fazer essa desintoxicação da minha vida emocional, e admitir que todos queremos que as coisas permaneçam igual não é fraqueza, mas decidir pelas mesmas escolhas, é. Espero uma pessoa acolhedora, e que  perceba que não querer alguém que precise de você, apenas que te queira, é uma das maiores dádivas que pode se ter, ainda bem que a encontrei há tempo. Seja bem-vinda Erika!