Inércia - Texto escrito por Erika Rosa





Minha boca está seca, e sei que não há relação ao clima quente.

Faço uma retrospectiva do que realizei até esse momento, e o sentimento de estranheza invade o corpo.

Percebo que a secura dos lábios representam os meus desejos que estão entalados na garganta, e conscientemente noto que preciso extirpa-los ou sacia-los para que o meu corpo não demonstre os efeitos das vontades não realizadas.

Olho pela janela, o sol brilha com uma intensidade forte, e a vontade de regurgitar todos os meus anseios é mais forte agora.

Vontade de gritar todos os sons abafados pelo meu comodismo, vontade de seguir em frente sem apego ao que construí e idealizei há duas semanas atrás...

Não posso ignorar os sinais, aliás, eu posso  fazer o que entender, só não quero me esquivar das consequências das minhas escolhas, é o tal do livre arbítrio, não culpabilizar alguém sobre as situações desastrosas que me acontecem, é algo pesado.

A conscientização dói muito mais que a ignorância...

Desligo o telefone com a convicção que estou lúcida, e não vivo de histórias lúdicas contadas por mim, porém triste...

Quanto mais o autoconhecimento é explorado, percebo que asfixiei não só os meus desejos, mas a mim mesma.

É trágico alguém se mutilar da maneira mais covarde que já vi, não bancar suas vontades e sonhos!

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