A Outra - Texto escrito por Erika Rosa
Eu imagino que a sua bile queima sua glote nesse momento, deve ser nojo por perceber o remedo de homem que você escolheu para confiar seus planos e sonhos. Você me detesta, e isso é natural, o que não pode ser normal é você acreditar que eu sou o problema do seu relacionamento, mas compreendo que seja mais fácil enxergar uma vagabunda desconhecida do que reconhecer um crápula mascarado de namorado.
Eu traí, e já fui traída, e sei exatamente a dor que acomete o seu coração nesse momento. E por vivenciar a experiência de ter um coração estraçalhado, eu prometi a mim mesma nunca ser responsável a causar esse sentimento para com meu próximo. Não tenho fetiche em construir minha felicidade no sofrimento alheio, e com raspas e restos dos outros, não me presenteio.
Acredito que ele deve ter lhe contado uma história completamente distorcida da real, e você deve ter acreditado em tudo, obviamente, pequenas porções de ilusão e mentiras sinceras lhe interessam. Talvez, ele conte que não me quis, gostaria de saber qual é a versão que te faz mais feliz. Garota, isso não é um jogo porque dessa disputa eu não quero receber o "prêmio".
Você esquece que eu já tive um relacionamento com ele, e sei exatamente do que ele é capaz. Nunca fomos somente eu e ele sempre desconfiei que havia alguém, descobri que eu era mais uma galinha no cardápio de um harém. Aí, encontra-se a nossa diferença, eu não culpabilizei ninguém pelo meu dedo podre, assumi meus erros e não quis encenar um papel de trouxa, simplesmente aceitei a situação e não quis ser a outra.
Nunca o procurei, mandei mensagem puxando assunto ou propus algum convite indecente no meu apartamento, nunca. Por isso, continua me difamando entre as suas amigas, e destilando a sua frustração em me chamar de vadia. Eu realmente não me importo, o pior cego é aquele que não quer ver, tá explicado a sua miopia.
Só não esquece que se você for ficar com raiva de todas as meninas que ele der em cima, você só terá amor pela sua família.
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